Diversidade em Cena
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- 7 de ago.
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Por Sophia Garcia Gonzaga
A presença de pessoas LGBTQIAP+ nas mídias, na política e até mesmo nos esportes já foi algo raro, mas aos poucos, conquista-se espaço em todos os âmbitos. Na década de 70, durante o período da ditadura, o movimento gay se desenvolvia no Brasil, e produções independentes como “Lampião” e “ChanacomChana” serviam como espaços de resistência. A representatividade era falha, mas existiam algumas figuras que se destoavam do padrão heteronormativo; Cássia Eller, Renato Russo, Cazuza e Ney Matogrosso alcançaram multidões com suas músicas e opiniões; mas e em outros setores?
Na televisão, a visibilidade veio devagar. O primeiro beijo gay em uma novela brasileira aconteceu só em 2013, com Félix e Niko em “Amor à Vida”, da Globo. Antes disso, personagens não-heterossexuais eram quase sempre tratados com estereótipos ou escondidos. Em 2023, foi ao ar o primeiro beijo lésbico em uma novela da emissora, entre Rafaela e Clara, em “Mulheres Apaixonadas”. Essas cenas marcaram avanços importantes na forma como o público enxerga o amor entre pessoas do mesmo gênero.
Nos esportes, a inclusão também cresceu, embora com desafios. Em 1999, Lilico foi o primeiro jogador de vôlei a se assumir gay no país, um gesto corajoso em um ambiente ainda conservador. No futebol feminino, atletas como Marta, Debinha e Andressa Alves representam o Brasil com orgulho dentro e fora dos campos, sendo abertas sobre suas identidades e ajudando a derrubar preconceitos.
No cenário político, a presença da diversidade tem ganhado força. Nas eleições municipais de 2024, 225 representantes LGBTQIAP+ foram eleitos, incluindo três prefeitos. Esse crescimento mostra um avanço importante na ocupação de espaços de decisão por grupos historicamente excluídos. Hoje, figuras como Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, que se assumiu gay durante o mandato, e Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte e lésbica, demonstram que é possível conciliar liderança com visibilidade.
Além deles, outras conquistas reforçam esse progresso. Erika Hilton, do PSOL, se tornou a primeira deputada federal negra e trans da história do Brasil. Em São Paulo, Guilherme Cortez, também do PSOL, se declarou bissexual e foi eleito deputado estadual em 2022, com mais de 45 mil votos. Além disso, mais de 220 pessoas LGBTQIAP+ foram eleitas em 2024 para cargos públicos.

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