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Entre tiras e espelhos: Laerte se desenha

  • Foto do escritor: CTRL POP
    CTRL POP
  • 30 de set.
  • 2 min de leitura

Por Sophia Garcia


Sentada diante de uma prancheta, com um estilo ágil e um humor afiado, Laerte Coutinho desenha o mundo como vê e como sente. Uma das cartunistas mais importantes do Brasil, ela não se limita aos quadrinhos: se transformou em símbolo de liberdade, identidade e resistência.

Sua produção, publicada em jornais como a Folha de S.Paulo, virou espaço para crítica social, ironia e questionamentos profundos sobre o país. Criadora dos Piratas do Tietê e do super-herói fracassado Overman, ficou conhecida por misturar política e absurdos com linhas simples, mas expressivas. Suas tiras não são apenas engraçadas; são provocadoras.


Reprodução: Folha de S. Paulo
Reprodução: Folha de S. Paulo

Com mais de quatro décadas de carreira, ela se firmou como uma das maiores nomes do cartum nacional. Participou da fundação do jornal O Pasquim e influenciou gerações de desenhistas. Seus personagens passaram por muitas fases, assim como ela própria. O desenho sempre foi sua forma de pensar o mundo, de se incomodar e de refletir. Com o tempo, virou também um caminho para falar sobre si.


A partir de 2009, começou a se expressar de outra forma. Passou a usar roupas femininas e a se apresentar publicamente como travesti. Em 2012, se declarou mulher trans. Essa transição não ficou só na vida pessoal: entrou nos quadrinhos, nas entrevistas, nas conversas com o público. Ela passou a discutir identidade de gênero, transfobia e liberdade. E com isso, se tornou uma figura essencial na luta pelos direitos das pessoas trans no Brasil.

Reprodução: Folha de S. Paulo
Reprodução: Folha de S. Paulo

Laerte nunca seguiu regras. Nem na arte, nem na vida. Sua coragem de se transformar aos olhos do país, depois de anos de fama e reconhecimento, fez dela um símbolo de resistência e reinvenção. O documentário Laerte-se, da Netflix, mostra isso, a jornada de alguém que usa o traço, o humor e a vulnerabilidade para ser inteira.

Reprodução: Folha de S. Paulo
Reprodução: Folha de S. Paulo


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